quarta-feira, 26 de novembro de 2008

“ A educação dada pela sociedade opera de imediato em duas direções: suprime toda tendência não conformista, com penalidades, negando o apoio e, simultaneamente, imbuindo o indivíduo de valores que o forçam a dominar e afastar desejos espontâneos. Estas condições levam maior parte dos adultos hoje em dia viver atrás das máscaras, a máscara da personalidade, que o indivíduo tenta apresentar aos outros e a si mesmo. Cada aspiração e desejo espontâneo são sujeitos a rígida crítica interna, por medo de que revelem a natureza fundamental do indivíduo. Tais aspirações e desejos trazem ansiedade e remorso, e o indivíduo procura suprimir o impulso de realizá-los. A única compensação que faz a vida consistente, apesar destes sacrifícios, é a satisfação derivada do reconhecimento do indivíduo pela sociedade, pois que realiza a sua definição de sucesso. A necessidade de apoio constante é tão grande, que a maior parte das pessoas passa a maior de suas vidas reforçando as máscaras. Sucessos repetidos são essenciais para encorajar o indivíduo a persistir no seu mascaramento.”

Texto do livro “Consciência pelo movimento”de Moshe Feldenkrais

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A estréia se aproxima...

Quinze anos de estrada!
O que fazer agora?
O que montar?

A gente sempre acha que tem um compromisso especial depois de um certo tempo de trabalho, que tem que fazer algo fantástico, que precisa ter uma idéia brilhante! Bom, como a idéia brilhante não cai do céu, decidimos trabalhar. Pensamos então, em olhar para trás e observar, que tendências foram mais fortes no nosso trabalho até aqui.

Em nenhum momento de nossa história procuramos pesquisar uma linguagem específica, ao contrário, nos atraía experimentar temas e linguagens distintas. Porém, a partir da montagem de “A História do Homem que se Transformou em Cachorro” encontramos algumas pistas de algumas coisas que gostamos de fazer. E foi perseguindo estas pistas, que nasceu o espetáculo “A Ingênua”. Porém não sabemos e não queremos classificar nada! Mas podemos dizer que nos interessa mesclar texto, muito texto e corporalidade do ator. Gostamos também de brincar com ritmo e distorcer, muitas vezes, os movimentos que contém a ação. Gostamos de trabalhar com a máscara, sem máscara, e sobretudo, falar do universo humano que se esconde por trás desta máscara.

O que encontramos a partir da obra de Griselda Gambaro (dramaturga argentina) nos pareceu um bom pretexto para experimentar. E brincamos muito! Aproveitamos nesta montagem toda a nossa experiência dos jogos de nossos espetáculos voltados para crianças e a profundidade dos dramas experimentados nos espetáculos voltados para adultos.

Porém, sempre acreditamos, que até o momento em que um espetáculo estréia, temos apenas uma parte do processo. O melhor e mais instigante, ainda está por vir...