Comentário publicado no blog Papo sem Censura sobre nossa participação no Festival Nacional de Pindamonhangaba
7º Espetáculo (concorrente): "Pequeno inventário de impropriedades", da Téspis Cia de Teatro.
Dia: 15 de outubro
A Téspis Cia de Teatro trouxe “Pequeno inventário de impropriedades”. Trata-se da reflexão conflituosa de um homem, que impulsionado por um determinado fato, revê sua vida e valores existenciais. É , no mínimo, um espetáculo instigante. E, como teatro também pode ser instigante, cumpre sua missão. O processo, segundo o autor e ator da peça, surgiu de oficinas de pesquisa ministradas por Roberto Alvin e, por isso tem os traços deste. Parte dos dramaturgos ou pessoas da área, torce o nariz para trabalhos pós-dramáticos ou que caminham nesse sentido. Talvez porque acabem resvalando em regras intocáveis do grande teatro. O texto e montagem por serem fragmentados parecem direcionar para o teatro não convencional. Mas dentro dos fragmentos é possível estabelecer conexões também fragmentadas. Quando ocorre a sintonia logo há um corte e se é levado para outras emoções.
Não se espera o entendimento racional, logo de cara, mas uma futura decodificação da sensação. Habituados a racionalizar tudo, até para proteção, tendemos a correr daquilo para o qual não temos resposta de imediato. Aí, o grande barato do espetáculo nos lançar num terreno de inseguranças, incertezas... Ninguém se sente confortável diante de suas “esquizofrenices”. Afinal, fomos muitos bem educados para só ser aquilo que é do entendimento geral. Não se pode deixar de apontar a iluminação (ou falta dela) que só acrescenta para o mundo das sombras.
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